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PATO DONALD: LUTANDO SEM PERDER A ELEGÂNCIA

A primeira mascote conhecida do Botafogo está associada ao Pato Donald. Na década de 1940, o chargista argentino Lorenzo Molas foi contratado pelo Jornal dos Sports para criar mascotes para os time cariocas, ele então fez essa conexão, comparando o personagem da Disney ao clube. Segundo Molas, o Pato Donald, assim como os dirigentes botafoguenses da época, lutava, reivindicava seus direitos e se defendia, mas sempre mantendo a elegância, “sem perder sua classe ao deslizar pelas águas”.

A torcida do Botafogo se identificou com a figura e acabou adotando-a como símbolo. No entanto, como o Pato Donald era propriedade da Walt Disney, o uso oficial da imagem tornava-se muito caro para o clube, impedindo sua adoção formal. Apesar disso, o Pato Donald permanece, de certa forma, ligado à identidade do Botafogo, representando a luta, a garra e a defesa dos direitos que marcam a história do time.

BIRIBA: A ESTRELA DA SORTE CANINA

O Botafogo tem em sua história um mascote icônico: o cachorro Biriba, um vira-lata preto e branco que se tornou símbolo da conquista invicta do Campeonato Carioca de 1948. A história de Biriba ganhou destaque em 28 de novembro daquele ano, durante um clássico contra o Flamengo. O Botafogo perdia por 3 a 1 quando o cachorro invadiu o gramado, interrompendo a partida. Após ser retirado, o time virou o jogo para 5 a 3. Carlito Rocha, presidente supersticioso, atribuiu a virada à aparição de Biriba, que passou a acompanhar o time em todos os jogos.

Com Biriba à beira do campo, o Botafogo teve uma campanha memorável: 17 vitórias e dois empates em 19 partidas, encerrando um jejum de 13 anos sem títulos. O vira-lata se tornou um talismã tão poderoso que a torcida ganhou o apelido de “cachorrada”. Anos depois, o clube homenageou Biriba com dois mascotes: Bira e Biriba, no futebol, e General, nos esportes gerais.

Biriba faleceu em 1958, mas sua memória permanece viva. Durante os dez anos em que esteve presente, o Botafogo conquistou outro Campeonato Carioca, em 1957, além de outros títulos municipais. A história do vira-lata alvinegro é um exemplo de como a superstição e o amor pelo clube podem se transformar em símbolos de sorte e superação, eternizados na história do Botafogo.

MANEQUINHO: UMA ADOÇÃO ALVI-NEGRA

Nos anos 1910, a estátua do “Manneken Pis”, reproduzida por Belmiro de Almeida, causou polêmica ao ser instalada na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro. Representando um menino nu urinando, a obra, doada à prefeitura, foi colocada próxima ao Palácio Monroe, sede provisória da Câmara dos Deputados. Apelidada de Manequinho, a estátua era ocasionalmente vestida, seja para apaziguar críticos ou como gesto de carinho.  

A nudez do garoto gerou condenações públicas, e, em 1925, a estátua foi substituída pelo busto de Paulo de Frontin. Pouco depois, reapareceu na enseada de Botafogo, próximo ao Pavilhão Mourisco. Lá, ganhou a camisa alvinegra do Clube de Regatas Botafogo, tradição iniciada pelos remadores e consolidada em 1957, quando o clube venceu o Campeonato Carioca. Desde então, Manequinho é vestido com a camisa do Botafogo em cada título conquistado.  

Em 1990, a estátua foi roubada e destruída, sendo substituída por uma réplica da fundição Amadeu Zani. Em 1994, foi transferida para a praça em frente à sede de General Severiano, onde permanece até hoje. Tombada como patrimônio em 2002, sofreu novo vandalismo em 2004, mas foi restaurada. Em 2024, a prefeitura concluiu sua restauração, devolvendo-lhe a função de chafariz.

CAMISA 7: O MANTO MÍSTICO

Entre os torcedores do Botafogo, a camisa 7 tem um significado especial, semelhante ao da camisa 10 em outros clubes. Tudo começou com o atacante Paraguaio, que em 1948 liderou o time na conquista do título carioca, superando o Vasco da Gama e seu “Expresso da Vitória”. Anos depois, Garrincha vestiu a 7 e elevou seu status, eternizando-a na memória dos torcedores. O “Anjo das Pernas Tortas” deu à camisa um peso histórico inigualável.

Nos anos 1970, Jairzinho, Rogério e Zequinha brilharam com a 7. Na década de 1980, Maurício quebrou um jejum de 21 anos sem títulos ao marcar o gol decisivo na final do Carioca de 1989 contra o Flamengo, vestindo a lendária camisa. A partir de então, ela passou a ser reservada para os grandes craques.

Nos anos 1990, Túlio Maravilha honrou a tradição. Ele abriu mão da camisa 9 e assumiu a 7, tornando-se protagonista do título brasileiro de 1995. Assim, a camisa 7 do Botafogo carrega uma história de glórias e grandes nomes, consolidando-se como símbolo de excelência e tradição no clube.

A ESTRELA SOLITÁRIA: DOS CEÚS, PARA O PEITO

O Botafogo passou por várias mudanças em seus emblemas desde sua fundação, mas a Estrela Solitária sempre esteve presente, simbolizando sua identidade. Em 1894, o Club de Regatas Botafogo (CRB) foi fundado no Rio de Janeiro, dedicado ao remo, com um escudo que trazia a Estrela Solitária e as iniciais CRB entrelaçadas com remos. A estrela foi inspirada no planeta Vênus, avistado pelos remadores durante os treinos na madrugada.

Em 1904, surgiu o Botafogo Football Club (BFC), com um escudo de estilo suíço, desenhado por Basílio Viana Júnior, um dos fundadores. Ele tinha fundo branco, contorno preto e as iniciais BFC ao centro. A fusão entre o CRB e o BFC, em 1942, deu origem ao Botafogo de Futebol e Regatas e ao escudo atual. O novo emblema manteve o formato suíço do BFC, mas substituiu as iniciais pela Estrela Solitária, herdada do clube de regatas. O fundo passou a ser preto, e o contorno ganhou duas camadas: interna branca e externa preta.

Desde então, o escudo passou por ajustes estéticos, como mudanças nas pontas da estrela e no contorno, além da adição ou remoção de estrelas extras acima do brasão. A essência, porém, permaneceu intacta, com a Estrela Solitária como símbolo máximo. Reconhecido mundialmente por sua beleza, o escudo do Botafogo foi premiado em diversas ocasiões, como na IV Bienal Brasileira de Design Gráfico (1998) e em listas da revista japonesa T Sports Magazine (2008) e do site Esporte Fino (2009), consolidando-se como um dos símbolos mais admirados no futebol.

A PADROEIRA: NOSSA SENHORA DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Para os torcedores do Botafogo, o dia 8 de dezembro carrega um significado especial. Além de marcar o aniversário da fusão ocorrida em 1942, que deu origem ao Botafogo de Futebol e Regatas, a data também celebra Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Uma capelinha foi construída a mando do presidente Carlito Rocha na entrada da Sede de General Severiano. Presidente era conhecido pela sua fé e superstição. 

Para os torcedores do Botafogo, o dia 8 de dezembro carrega um significado especial. Além de marcar o aniversário da fusão ocorrida em 1942, que deu origem ao Botafogo de Futebol e Regatas, a data também celebra Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Uma capelinha foi construída a mando do presidente Carlito Rocha na entrada da Sede de General Severiano. Presidente era conhecido pela sua fé e superstição. 

A Estrela Solitária, símbolo maior do clube alvinegro, possui uma ligação profunda com a figura de Nossa Senhora. Essa estrela, que guia o Botafogo e seus apaixonados torcedores, segundo D. Orani João, arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, remete àquela “Estrela Luminosíssima” presente na devoção à Imaculada Conceição. Muito mais do que um emblema esportivo, ela representa um farol de esperança e luz, inspirando fé e resiliência mesmo nos momentos mais difíceis.

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