No Rio de Janeiro de 1906, em meio às reformas urbanas do prefeito Pereira Passos, a cidade se expandia em direção à Zona Sul, com ruas alargadas para o tráfego de carros. A Avenida Beira-Mar, ligando o centro a Botafogo, foi uma das últimas obras inauguradas. No final da avenida, surgiu o Pavilhão Mourisco, projetado pelo arquiteto Alfredo Burnier e inaugurado em 1907.
O pavilhão era uma construção imponente, com quatro torres e cinco cúpulas douradas, revestidas por cerâmicas e azulejos importados da Espanha, em estilo neomourisco. O local contava com três grandes terraços para o café, uma ampla área interna para o restaurante e uma pequena construção à parte, que abrigava um teatro de marionetes.
Por muitos anos, o Pavilhão Mourisco foi um ponto de encontro da elite carioca. No entanto, na década de 1920, começou a entrar em decadência. Com o café e o restaurante já fechados, o espaço foi adaptado para abrigar, entre 1934 e 1937, uma biblioteca infantil gerida por Cecília Meireles. Em 1952, o pavilhão foi demolido para a expansão do Túnel do Pasmado, marcando o fim de uma das construções mais charmosas do Rio no início do século XX.
Legenda: Pavilhão Mourisco e Guignol (teatro de marionetes).
Créditos da Imagem: Foto Augusto Malta, circa de 1910. Acervo IMS.